Aconteceu a uma irmã de Medusa cortar
os dois pulsos com vidro e esperar assustada em frente ao espelho,
Percebeu que não era sangue que lhe saía dos pulsos mas musgo,
Dos pulsos lácteos nascia-lhe musgo verde e fresco, que torneava o azul
das veias mais pequenas, musgo verde e fresco como das fontes de
Minos, então voltou a olhar-se ao espelho e percebeu que não podia morrer
Não por já estar morta, mas por estar condenada à mais doce pena, a
de renascer sem dar conta disso;
o que a olhava no espelho beijou-lhe os pulsos,
lambeu o fresco musgo cheio de vida;
ela deitou a cabeça no peito do que faz adormecer e
sentiu o seu batimento cardíaco.
Beijou-o e lambeu-lhe os pulsos frescos e quentes,
Então ela riu-se e bebeu vinho de Marsala e com vinho de Marsala
desenhou nas costas do que faz adormecer,
uma letra e outra letra e outra letra – Mandou que lhe
trouxessem papoilas e margaridas, algumas comeu, com outras decorou
o cabelo.