Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro.
Deslizas sobre a terra. Deslizas sobre as águas.
Tudo é veloz e extremo. Pó em torno da tua dor. Pó em torno do teu choro.]
O que te atinge em pleno voo. A cegueira que te atinge em pleno voo.]
Ergues-te para a mais secreta alegria de abandonares o teu corpo.
Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro.
A tua história, onde escreveste o indefinível do teu nome. Eras criança.]
Estendia as tuas asas. E as tuas asas
faziam a imensa sombra sob a qual de abrigava
o que era reconhecível e amável.
Deslizas sobre a terra. Deslizas sobre as águas.
Tens o talento antigo de estenderes as tuas asas. Agora quebradas,]
para sempre quebradas. Já sem a amplitude do início,
é no ocaso que escondes a tua vergonha.
Por tua vontade, desejo e mágoa,
exumas a palavra do passado, a inocência que não o era.
Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro.