Eu gosto disto aqui, da reserva com que escrevo
e lanço fogo sobre o indiviso fogo da escrita.
Eu gosto de cidades que se desenham, sobre a mesa
do sangue dispostas e repetidas no pretérito,
como se de massas escuras se tratasse,
tomadas de assalto pela linguagem, mas não são
linguagem tais cidades amadas, nem sequer
erva tumultuada pelo vário vento da terra.
Eu ainda sei o que é o nó desatando-se,
o mesmo que Frost disse estar na garganta
e que nos persegue como motivo e enigma,
como disparos de células nervosas transparecendo o obscuro desejo.
Eu gosto disto aqui, deste lugar, desta clarividente
margem dos dedos pensando sobre o rosto fechado.