I have a flower
whose name I don’t know
On the balcony,
its scent blends
with other smells:
hibiscus, rose,
a sprig of verbena
But they will be prodigies
of another morning:
for this flower
has bred leaves of astonishing
green,
minute and subtle
Bombs do not threaten it
nor do romantic winds,
missiles or tornados,
neither does it know, although so near,
of the jeopardy the salt
sea air will bring
And the blue autumn sky
disguised as summer
gives it such blessing,
as does the little water that I pour
And this must be
a sort of peace:
a botanical secret
of light
© Translated by Ana Hudson, 2009
Biografia (curtíssima)
Tenho uma flor
de que não sei o nome
Na varanda,
em perfume comum
de outros aromas:
hibisco, uma roseira,
um pé de lúcia-lima
Mas estes são prodígios
para outra manhã:
é que esta flor
gerou folhas de verde
assombramento,
minúsculas e leves
Não a ameaçam bombas
nem românticos ventos,
nem mísseis, ou tornados,
nem ela sabe, embora esteja perto,
do sal em desavesso
que o mar traz
E o céu azul de Outono
a fingir Verão
é, para ela, bênção,
como a pequena água que lhe dou
Deve ser isto
uma espécie de paz:
um segredo botânico
da luz
in Entre Dois Rios e Outras Noites, 2007