Snow that pierces your eyes with sun
is me
sweating orgasmatic mankind, coming
in hot cold spasms,
snow piercing your eyes
I’m he who refuses to publish Joyce,
she who wipes semen stains from Proust’s shirts,
she who hugs Robert Diaz, she who caresses Borges
I’m people
shivering sweating
being consoled at each and every loss
I’m the whole of mankind nuclearly anxious for laughter and
heat and my suicide will be an ethnically pure people gripping
their silver missile –
the dictator eats strawberry yogurt after the ethnic
cleansing
his legs, too, shake after the genocide
one is consoled on a human scale,
The most dangerous one, the Greatest
true love and true love
And I am you reading these lines
and now our faces are reflected on the river, the multiple-angled
girl on fire with turned-on Messenger

© Translated by Ana Hudson, 2011

 

Humanidade orgasmática

A neve a entrar nos teus olhos de sol
sou eu
a humanidade orgasmática a suar, a vir-se
em quentes frios espasmos,
a neve que te entra nos olhos
Sou o que rejeita a publicação a Joyce,
a que tira as manchas de sémen nas camisas de Proust
a que abraça Rober Diaz, a que acaricia Borges
pessoas
com frio a transpirar
a consolar-se a cada perda
Sou esta humanidade inteira nuclearmente ansiosa de riso e de
calor e o meu suicídio será um povo etnicamente puro pegar no
seu míssil de prata –
o ditador come o seu iogurte de morango depois da limpeza
étnica
também e ele as pernas tremem antes do genocídio
a gente consola-se à escala humana,
A mais perigosa a Maior
amor verdadeiro e amor verdadeiro
E sou tu, a ler este texto
e agora no rio está reflectida a nossa cara, a múltipla perspectiva
menina a arder com Messenger ligado

in Delírio Húngaro, 2009