Two paths crossed the pine wood,
astonishingly precise directions, animals
I never saw again. While the crops
were ripening on the fields, there were charms
hanging from the trees and quick-silver to treat
certain ailments, a vital piece of equipment.
There were sunflowers surrounding the house and the scarecrows
everlasting words preventing me
from going mad. And there was a wall
which had to be jumped over, and the glorious morning
of the climb, the science of the great migrations.
But there’s no need to go into more details.
This is my body. This is my mind.
They’ve known each other since childhood and together
they’ve served their sentence.
Of the future, I know nothing. Except that it will come.
© Translated by Ana Hudson, 2013
Sementes
Havia dois atalhos pelo meio do pinhal,
direcções espantosamente precisas, animais
que não voltei a ver. Enquanto as colheitas
amadureciam nos campos, havia talismãs
pendurados nas árvores e mercúrio para tratar
certas lesões, uma peça vital do equipamento.
Havia girassóis à volta da casa e as palavras imortais
dos espantalhos, uma forma de evitar
que eu desse em doido. E havia um muro
que era preciso saltar, a manhã gloriosa
da escalada, a ciência das grandes migrações.
Mas não vale a pena entrar em mais detalhes.
Este é o meu corpo. Esta é a minha mente.
Conhecem-se desde a infância e cumpriram pena juntos.
Do futuro nada sei. Apenas que vem aí.
in Este é o meu Corpo, antologia de poemas sobre o pão, 2013